Reciclagem de peças automotivas: é importante para o meio ambiente?

O descarte incorreto de lixo e resíduos é um problema que afeta o mundo inteiro e, a cada ano que passa, podemos estar próximos a um colapso ambiental. Por isso, é importante que cada um faça sua parte e, aqui na Mobensani, apoiamos a reciclagem de peças automotivas.

Essa preocupação mundial também foi um incentivo para que no Brasil surgisse uma importante lei: A Lei do Desmanche, que, além disso, foi uma ação para evitar furtos de peças e veículos.

De acordo com o DETRAN-MG, a Lei Nº 12.977, de 20 de Maio de 2014, regulamenta a desmontagem de veículos terrestres, alterando o artigo  126 da Lei no 9.503,de 23 de setembro de 1997, o CTB, ou Código de Trânsito Brasileiro.

Com isso, surgiram locais especializados e legalizados para a reciclagem de peças automotivas que incentivam clientes e comércio a doarem as peças utilizadas ou até mesmo trocando por peças novas!

Mas, o que pode ser reciclado e o que não pode em um veículo?

As partes de um carro que podem ir para a reciclagem de peças

Grande parte de um veículo automotivo terrestre pode ser reciclada, afinal ele, geralmente é composto por:

  • 55% de plástico
  • 18% de plástico
  • 7% de borracha
  • 20% de outros materiais

Ou seja, aproximadamente 80% do veículo pode ser reaproveitado depois de uma limpeza minuciosa, retirada dos gases, fluidos e o desmanche legal. E antes de serem levados à empresa de reciclagem, as peças passam por uma inspeção detalhada, na qual as que estão em bom estado podem ser reaproveitadas para venda.

E, após essa seleção, ainda existem tipos de reciclagem de peças que podem ser feitas. De acordo com o site Autolist, são:

 

  • Energética: na reciclagem energética, os resíduos são revertidos em energia térmica, revendida ou reutilizada;
  • Industrial/reutilização de materiais: Aqui as peças como pneus e peças com pouco desgaste passam por um processo chamado recauchutagem e são enviados para revenda;
  • Mecânica: Esse tipo de reciclagem para peças é geralmente utilizada para partes metálicas e de borracha (transformada em polímeros), pois elas podem ser derretidas sem perder suas propriedades e se transformarem em uma nova peça de qualidade.
  •  Química: Para a reciclagem de peças de plástico, os processos químicos são os mais utilizados e a matéria-prima transformada em outros tipos de plásticos. As peças de borracha também podem desfazer as ligações dos átomos de enxofre, pelo processo de desvulcanização, possibilitando o uso da borracha natural.

Outro uso para peças é o upcycling: As peças são utilizadas como objetos decorativos ou suporte para outro tipo de peça. Os pneus são os mais reaproveitados, como, por exemplo, em gabiões, muros, artesanatos (vasos de planta, sofás, bases para cama, móveis) e outras peças podem servir como inspiração para uma decoração industrial, até mesmo a carroceria pode ser reaproveitada nesse processo.

 

Benefícios para o meio ambiente e indústria automobilística

O site Mecânico Online, em uma reportagem, revelou que, apenas 1,5% dos carros no Brasil são reciclados, o restante, ainda param em lotes vagos e desmanches, sendo um incentivo para vendas ilegais e até mesmo um risco para a saúde da população: com o tempo, os veículos acumulam água, tornando-se propício o surgimento de larvas da dengue.

Outro problema é a bactéria Clostridium tetani, causadora do tétano e está presente no solo, fezes de animais e podem entrar na circulação sanguínea de quem se ferir. Também podem se tornar pontos de procriação de ratos e outras pragas urbanas, já que, em muitos casos, os locais também possuem outro tipo de lixo.

Com isso, além de beneficiar o meio ambiente, o bolso do consumidor sentirá os efeitos: com a borracha e outros materiais reciclados, as peças e veículos terão preços mais atrativos e com a mesma qualidade de sempre.

Contudo, a prática de reciclagem de peças precisa ser incentivada pelas montadoras e fiscalizadas poder público, para o descarte incorreto e o desmanche ilegal se tornem cada vez em menor número.

 

A reciclagem de peças pelo mundo

 

Na Europa, o setor de reciclagem de peças automotivas é uma prática comum e, ao contrário do Brasil, aproximadamente 85% dos veículos são reciclados por ano e representantes do setor se reúnem anualmente no Congresso Internacional de Reciclagem Automotiva (International Automotive Recycling Congress).

Em sua vigésima segunda edição, sediada em Genebra, no ano de 2023, organizadores reunirão mais de 300 formadores de opinião do setor (automóveis, fornecedores de metais, comerciantes de sucata de plástico, recicladores, operadores de trituradores, formuladores de políticas) para discutir os mais recentes desenvolvimentos e desafios em reciclagem automotiva.

Até mesmo os carros elétricos já possuem soluções para suas baterias que são componentes que poluem o ambiente, mesmo com a proposta do carro elétrico ser mais econômico que as versões a combustível.

A maior fábrica de reciclagem de baterias está localizada na Noruega e possui capacidade para mais de 25 mil baterias por ano, totalizando 12 mil toneladas. A promessa é que, até 2030, essa fábrica consiga reciclar mais de 300 peças por ano, atendendo mais países da União Europeia.

E mesmo que o Brasil esteja caminhando a passos lentos, é previsto para o ano de 2024 uma fábrica de reciclagem de baterias da montadora BMW em parceria com a Tupy e o Senai Paraná. O processo utilizado será a hidrometalurgia, mais sustentável que a tradicional pirometalurgia.

A Mobensani acredita no potencial da reciclagem de peças e um futuro limpo para nosso planeta. Por isso, estamos em constante aprimoramento dos nossos processos de produção de peças metal-borrachas.